Brasil
Neste artigo se investiga o espaço gourmet, protagonista de um novo ambiente social que atua como locus de ostentação em residências de classe média e alta brasileira. Três tipos de moradias contemporâneas no Nordeste foram analisadas em suas propriedades morfológicas – configuração espacial, campos visuais, aspectos geométricas e topológicas a fim de compreender possíveis relações entre essas propriedades e modos de morar. O estudo foi realizado à luz da literatura sobre residências brasileiras, com foco na relação entre os espaços de lazer e o arranjo espacial geral, empregando-se recursos da teoria e das ferramentas de análise da Sintaxe do Espaço e de técnicas complementares como as isovistas. Os resultados mostram que o espaço gourmet está crescentemente presente nas moradias, como expressão inequívoca de afirmação do lazer - de um desejado ambiente que une o cozinhar e o recepcionar, numa direção contrária à segregação historicamente firmada em ambientes de serviço, dada sua visibilidade nos arranjos contemporâneos. Um movimento que começa pela integração da cozinha ao social, e parece tornar a ação de receber e cozinhar, mediada pela persona do gourmet, no próprio ato social.
This article addresses the so-called “gourmet” space as protagonist of a new social sphere that acts as a locus of ostentation in middle- and upper-class Brazilian homes. Three types of contemporary dwellings, found in the Northeast region of the country were analysed in their morphological properties – spatial configuration, visibility fields, geometric and topological aspects in order to understand how they might relate to changing ways of life in the dwelling. The study carried out was based on the literature on Brazilian homes, focusing on the relationship between leisure spaces and the general spatial arrangement, and on the Space Syntax theory and analysis tools. The results show that the gourmet space is increasingly present in the examined homes, as an affirmation of leisure - of a desired showroom scenery, which combines cooking and reception, in a direction contrary to the segregation historically established in service-related spheres, , given its visibility and ostentation as a new way of receiving. A movement that begins with the integration of the kitchen into the social sphere, to become itself, mediated by the persona of the gourmet, the social locus itself.
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