Este breve estudo tem como foco a exploração da figura da aranha, utilizada por Salette Tavares em “Aranha” (1963), e posteriormente em “Aranhão” (1978) e “Borboleta de Aranhas” (1979), como um modelo especulativo para compreender aspetos de espacialização na poética da autora. Estas três obras são analisadas como três momentos de uma mesma imagem, numa espécie de aproximação progressiva da figura de “Aranha”, tal como é sugerido pelos processos acumulativos de reprodução destas obras, e pela redimensionalização/multiplicação da imagem tipográfica do poema de 1963. Ainda, por meio desse mesmo modelo especulativo, este trabalho dedica-se aos poemas espaciais “Maquinin” (1963-2010, 1965) e “Porta das Maravilhas” (1979), utilizando-se da lógica da tessitura aracnídea como base para explorar os efeitos poéticos dos materiais escolhidos e dos arranjos tridimensionais destas obras. Em todas as leituras são destacados os fenómenos de consubstanciação, através dos quais Salette Tavares ratifica sua visão a respeito da indissociabilidade entre forma e conteúdo de forma irremissível.
This paper focuses on the exploration of the figure of the spider, used by Salette Tavares in “Aranha” (1963), and later in “Aranhão” (1978) and “Borboleta de Aranhas” (1979), as a speculative model to understand spatialization features within the author’s poetics. These three works are analyzed as three different moments of the same image, in a kind of close-up movement towards the figure of “Aranha”, as suggested by the accumulative processes of reproduction in these works as well as by the redimensionalization/multiplication of the typographic image of the poem from 1963. In addition, through this same speculative model, this study engages with the workings of the spatial poems “Maquinin” (1963-2010) and “Porta das Maravilhas” (1979), using the logic of the arachnid webbing as a basis for exploring the poetic effects of the chosen materials and three-dimensional arrangements of these works. In all readings, phenomena of consubstantiation are highlighted, through which Salette Tavares ratifies her vision regarding the inseparability between form and content in an irremediable way.
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