Este texto é resultado de parte de nossa tese, cujo tema versou sobre o sujeito trans e os sentidos que são mobilizados em relação a ele, com base na análise das tiras de Muriel Total, série da cartunista trans, Laerte Coutinho. Consideramos, para a análise neste artigo, seis tiras da série, que iniciou sendo veiculada no Caderno de Informática da Folha de São Paulo, mas terminou sendo apresentada em seu próprio blog, Muriel total, que hoje não está mais disponível na internet. As tiras de Muriel mobilizam sentidos que falam desse sujeito, o trans, com variadas perspectivas, de forma que, para este artigo, consideramos tiras que versassem sobre a constituição do sujeito trans como aquele que se adequa ao Dispositivo Binário de Gênero, ao fazer a transição, mas, em contrapartida, resiste ao mesmo discurso de tal Dispositivo, quando se recusa a fazer modificações de ordem corporal para efetivar sua performance de gênero. Nesse sentido, percebemos, aí, uma contradição em relação a esse sujeito, o que seria, todavia, parte de sua constituição como sujeito trans. Para tal, baseamo-nos em Foucault, Lanz, Bento, Pêcheux, Orlandi, entre outros, visto que o discurso a respeito do sujeito trans está sendo analisado sob a visão do discurso de orientação francesa, doravante AD.
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