A miséria envergonhada de nossas derrotas: a vergonha como vínculo sócio-identitário e a seleção brasileira de futebol masculino

• Victor Brandão de Oliveira ^[1]
  1. [1] Universidade Federal do Rio de Janeiro

     Universidade Federal do Rio de Janeiro

     Brasil

     
• Localización: Ars Historica, ISSN-e 2178-244X, Nº. 26, 2023 (Ejemplar dedicado a: História do Esporte: interfaces sociais, políticas e culturais), págs. 152-174
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • The shameful misery of our defeats: shame as a socio-identitary bond and the brazilian men’s soccer team
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• Resumen
  • português

    O artigo tem por objetivo examinar as potencialidades da vergonha enquanto vínculo sócio-identitário, como proposto pelo historiador Carlo Ginzburg. Para tanto, analisaremos a trajetória esportiva da seleção brasileira em períodos de Copa do Mundo, com ênfase nos momentos em que este sentimento emergiu diante da massa torcedora, e no modo como foi reportado pela imprensa esportiva. Da edição sediada no Brasil, em 1950, quando o selecionado precisava apenas de um empate e perdeu para o Uruguai, aos sete gols sofridos contra a Alemanha, em 2014, outra vez em solo nacional. Se na perspectiva de Ginzburg a vergonha pode ser um elo, de fato, mais forte que o amor, torna-se fundamental investigar suas relações com um elemento tão caro à formação de nossa identidade quanto o futebol, avaliando de que forma este sentimento foi exposto em periódicos e obras que decorreram dos jogos. Intencionase examinar, sobretudo, como o insucesso esportivo do Brasil na Copa do Mundo de 1950 e as emoções decorrentes da derrota contribuíram para a formação de um sentimento de comunidade fundamentado na vergonha compartilhada.

  • English

    The purpose of this article is to examine the potentialities of shame as a socio-identity bond, as proposed by historian Carlo Ginzburg. To do so, we will analyze the sport trajectory of the Brazilian national team during World Cup periods, emphasizing the moments when this feeling emerged in front of the supporters base, and examining the way it was reported by the sports press. From the 1950 edition hosted in Brazil, when the national team lost to Uruguay, to the seven goals suffered against Germany in 2014, once again on home soil. If, from Ginzburg’s perspective, shame can be a bond, in fact, stronger than love, it becomes essential to investigate its relationships with an element as dear to the formation of our identity as football, thus evaluating how this feeling was exposed in periodicals and works that resulted from the games. The intention is to evaluate, mainly, how the Brazilian national team’s sports failure in the 1950 World Cup, and the emotions arising from the defeat, contributed to the formation of a community feeling based on shared shame