O estudo discute, na perspectiva do imaginário social, o conceito de tribo em Maffesoli (2000), sentidos de aventura e risco entre jovens skatistas streeters que o praticam como lazer. Captadas durante o estudo do giro pela cidade dessa tribo que parece querer se enquadrar fora do formalismo das práticas urbanas, adotando estilos próprios, singulares: de praticar os seus esportes e o sentido afetual desses ajuntamentos. A aventura e o risco assumem sentido de vertigem manifestadas na sensação corporal de medo/prazer; o lúdico aparece na exploração do espaço da cidade, criação e utilização de obstáculos; o sentido de autocontrole aparece aglutinado tanto ao empreendedorismo quanto ao sentido de expansão, o que pode ser indício de domínio do exercício dessa atividade que se realiza num meio urbano, cujas informações estão fora de seu controle, à mercê das variações do ambiente; a estrutura de sensibilidade do herói, guerreiro solar, vigilante constante, dominada pelo controle do espaço e da visão (Durand, 1989). O vôo, o pássaro e a liberdade surgiram como encadeamento semântico que deu pistas da simbologia que orienta as ações desses skatistas. Os símbolos reforçam a idéia da potência que move as ações dos praticantes gerando a força proxêmica e ecológica presente nas tribos. O mito pregnante de Dioniso vem dar suporte ao impulso lúdico, transgressor desnorteante e anônimo que aparece manifestado na trajetória desses jovens skatistas streeters pelas ruas da cidade. Eles se apresentam como novos arquitetos urbanos, amantes da cidade que os agasalha e que, ao mesmo tempo, desconfia de suas manobras.
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