Estrutura e instauração da ciência moderna: contribuições críticas ao debate teórico-metodológico

• Bastos, Júlia Érika Moreira ^[1]
  1. [1] Universidade Estadual Paulista

     Universidade Estadual Paulista

     Brasil

     
• Localización: Revista Aurora, ISSN-e 1982-8004, Vol. 14, Nº. 3, 2021, págs. 35-48
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Structure and installation of modern science: critical contributions to the theoretical-methodological debate
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  • português

    A partir de meados do século XVI, o modelo científico de se fazer pesquisa ganha moldes que até hoje influenciam os pesquisadores de todo o mundo. Compreender esse movimento de base histórico-social é fundamental para o próprio entendimento crítico do que significa fazer ciência nos dias atuais. A partir do método marxiano de investigação, o qual busca a essência do real ‒ contraditório e em constante movimento provocado pelas mulheres e homens que compõem o gênero humano ‒, o objetivo deste trabalho é apresentar as relações do processo de transição entre feudalismo e capitalismo e a instauração do modelo de se fazer ciência que não por acaso o acompanha. Assim, verificou-se a passagem entre o velho e o novo modelo de se produzir conhecimento, no qual os critérios de verdade e a própria compreensão de realidade passam por modificações históricas associadas aos interesses de suas respectivas classes dominantes. Há a transformação de uma compreensão da natureza pela contemplação, própria do Medievo, para a prática moderna de aferições qualitativas e quantitativas. A experiência para a comprovação assume centralidade, e com ela o método e o instrumental necessário para tanto. Consideram-se as contribuições de Copérnico, Galileu e Newton no interior de um processo de consolidação do sistema do capital como um fazer ciência associado aos novos interesses produtivos que se impõem socialmente, cujos grandes benefícios serão colhidos de maneira especial pela classe burguesa em formação.

  • English

    From the mid-16th century the scientific model of doing research achieves the shapes that would influence contemporaneous research all over the world. To undersdand it is a fundamental piece to understand nowadays science. Based on the marxian method of investigation, which seeks the essency of the real, the contradictory and in constant movement provoked by the mankind, the objective of this work is to present the relation in the transition process between feudalism and capitalism and the establishment of the science model that goes along with the system. Thus, we verify the passage between the old and the new model for producing knowledge, in which the criteria of truth and the notion of reality itself pass through historical modifications, associated to their respective dominant classes. There is the transformation from a comprehension of nature by the contemplation, particular to medieval era, to the practice of modern qualitative and quantitative measurement. Therefore, the experimental proof takes the central role and with it the required methodology and instrumental. We conclude that the contributions of Copernicus, Galileu e Newton are inside of a process of consolidation of the capitalist system, as a science doing associated to the new socially imposed productive interests, whose greatest benefits would be harvested specially by the rising burgeois class.