Entre a s composições do Cancioneiro Geral sobre o clero feminino que entroncam com a tradição das cantigas satíricas galego-portuguesas separamo-nos com um texto iniciado por Diogo Brandão a modo de pedido de parecer. O autor manifesta a sua surpresa perante o comportamentos das freiras de um convento que lhe beijaram a capa: consideram-no um santo ou um diabo? Anrique de Sa intervém para revelar o mistério, respondendo num tom cujo sarcasmo fica perfeitamente explicado quando recorremos à comparação de tais versos com outro poema em que a sexualidade conventual de Brandão se torna também tema principal de inspiração. No presente estudo passamos em revista a presença da sexualidade conventual na poesia medieval e empreendemos uma análise léxico-semántica desse diálodo sob uma perspectiva contextual e intertextual, observando um uso da equivocatio que remete para a simbiose sacro-profana na esfera de um erotismo licenciosoa
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