En el marco del estudio de los «archivos de la represión» y, particularmente, desde una aproximación retórica y discursiva de estos, el presente artículo tiene como objetivo caracterizar las dimensiones retóricas del ethos y el pathos en testimonios de mujeres vigiladas por la Dirección de Inteligencia de la Policía de la Provincia de Buenos Aires (DIPPBA). Se trata de indagar en la construcción de la imagen de sí de mujeres atravesada por sus roles como militantes y, a la vez, como madres, así como del desarrollo emocional que surge en los relatos, en un contexto de persecución estatal por parte de las fuerzas de seguridad en la Argentina. El estudio se basa en un abordaje lingüístico de la noción de ethos y de la noción de pathos examinado desde la tópica, teniendo en cuenta la perspectiva de la argumentación retórica y el género discursivo de la entrevista en profundidad como material biográfico. El corpus está compuesto por tres entrevistas desgrabadas de mujeres ex detenidas del Plan Conintes que abordan sus experiencias de militancia incluida la experiencia carcelaria y reflexiones acerca de su rol como mujeres en las organizaciones a las que pertenecían. Estos testimonios orales hacen parte del programa de gestión y preservación de archivos de la Comisión Provincial por la Memoria (CPM). Dentro de los hallazgos en la heterogeneidad de los relatos, se encontró la construcción de un ethos militante caracterizado por una tensión entre la experiencia individual y colectiva, así como una construcción emocional descrita por una dualidad en las emociones entre el orgullo militante y el miedo encarnado en la maternidad. Del mismo modo, se mostró una memoria dividida entre el relato de la experiencia de la discriminación en las relaciones de género y, a la vez, la orientación de hacer quedar bien a la propia organización.
Within the context of the study of the "archives of repression" and, more specifically, from a rhetorical and discursive perspective, this article is aimed at characterising the rhetorical dimensions of ethos and pathos in testimonies of women under custody of the Buenos Aires Police Intelligence services (DIPPBA). Its main goal is to delve into the construction of women's self-image —within the framework of their role as military members and as mothers— as well as their emotional journey according to their own testimonies against the backdrop of state persecution by Argentinian security forces. This paper rests on a linguistic approach to the notions of ethos and pathos as examined from a topical viewpoint, considering both the perspectives of rhetorical argumentation and in-depth interviews as biographical material. The corpus presented in this work consists of three recorded interviews with women arrested during the Conintes Plan detailing their period of militancy, their time in prison and some reflections on their role as women within the organisations to which they belonged. These oral testimonies were collected by the archive management and preservation programme of the Provincial Commission for Memory (CPM). Among the findings made from those disparate stories was the construction of a militant ethos distinguished by a tension between individual and collective experience, as well as an emotional construction described as a duality in emotions between militant pride and fear as embodied in motherhood. Similarly, a memoir appeared to be divided between the account of the experience of discrimination in gender relations and, at the same time, the desire of protecting one's own organisation's reputation.
No âmbito do estudo dos "arquivos da repressão" e, em particular, a partir de uma abordagem retórica e discursiva, este artigo pretende caraterizar as dimensões retóricas do ethos e do pathos nos testemunhos de mulheres vigiadas pela Direção de Informações da Polícia da Província de Buenos Aires (DIPBA). O objetivo é investigar a construção da autoimagem das mulheres no contexto dos seus papéis de militantes e, ao mesmo tempo, de mães, bem como o desenvolvimento emocional que emerge nas histórias, num contexto de perseguição estatal pelas forças de segurança na Argentina. O estudo baseia-se numa abordagem linguística da noção de ethos e da noção de pathos examinada numa perspetiva tópica, tendo em conta a perspetiva da argumentação retórica e o género discursivo da entrevista em profundidade como material biográfico. O corpus é constituído por três entrevistas gravadas com mulheres ex-detentas do Plano Conintes que falam das suas experiências de militância, incluindo a experiência prisional e reflexões sobre o seu papel enquanto mulheres nas organizações a que pertenceram. Estes testemunhos orais fazem parte do programa de gestão e preservação de arquivos da Comisión Provincial por la Memoria (CPM). Entre as descobertas na heterogeneidade das histórias, encontramos a construção de um ethos militante caracterizado por uma tensão entre a experiência individual e colectiva, bem como uma construção emocional descrita por uma dualidade de emoções entre o orgulho militante e o medo encarnado na maternidade. Do mesmo modo, uma memória mostrou-se dividida entre o relato da experiência de discriminação nas relações de género e, ao mesmo tempo, a orientação para a valorização da própria organização.
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