A abordagem crítica da obra de Al Berto tem posto em evidência a sua contribuição para a emergência de uma poesia urbana com uma consciência queer na literatura contemporânea portuguesa. Em diálogo com ambas as tradições críticas, este artigo explora as dimensões ambientalistas e ecológicas da produção de Al Berto. Centrando-se no que definirei como as ficções petroqueer de Al Berto e a relação do poeta com a a violência ambiental e as transformações sociais trazidas pela construção do complexo industrial de Sines, este artigo propõe uma aproximação da poesia de Al Berto à noção de ecologia negra de Timothy Morton e ao seu modelo de pensamento ecológico. Quando lida no contexto do antropoceno enquanto conceito liminar, a poesia de Al Berto sugere uma lógica de coexistência entre o humano e o não-humano que define o seu lugar pioneiro na literatura verde (e negra) portuguesa.
Critics of Al Berto’s work have highlighted his contribution to the emergence of an urban poetry with a queer consciousness in contemporary Portuguese literature. In dialogue and departing from this critical traditions, this article explores the environmental and ecological dimensions of Al Berto’s production. Focusing on what I will define as Al Berto’s petroqueer fictions and the poet's writings on the environmental violence and social transformations brought about by the construction of the Sines industrial complex, this article proposes an approximation between Al Berto’s poetry and Timothy Morton's notion of dark ecology. When read in the context of the Anthropocene as a threshold concept, Al Berto’s poetry suggests a logic of coexistence between the human and the non-human that defines its pioneering place in Portuguese environmentalist literature.
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