Reflexões sobre o Antropoceno, o paradigma da espécie humana e seu domínio ilusório sobre a Terra

• Autores: Alexandre Nascimento
• Localización: Anthropocenica. Revista de Estudos do Antropoceno e Ecocrítica, ISSN-e 2184-8289, ISSN 2184-8297, Vol. 1, 2020, págs. 55-69
• Idioma: portugués
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  • português

    Este ensaio compartilha reflexões sobre o Antropoceno de uma perspetiva ecológica e evolutiva da espécie humana. Parte-se da crise contemporânea da biodiversidade e da dinâmica e história da vida na Terra para contextualizar a sexta extinção em massa do Antropoceno, uma armadilha evolutiva que coloca em risco o seu próprio agente causador. A compreensão do “tempo profundo” geológico e evolutivo e dos cursos e percalços da história biótica evidenciam a vida como um imperativo da Terra. Esta perspetiva coloca o ser humano em posição de igualdade com qualquer outra espécie que já tenha florescido, no passado ou no presente, da evolução biológica. A origem evolutiva do espécie-centrismo humano é discutida e o antropocentrismo é apresentado como força motriz do Antropoceno. A crise sistémica do Antropoceno é posta como pressão de seleção cultural humana, que deve nortear-se pela sustentabilidade e pelo biocentrismo. Especula-se sobre o futuro evolutivo da jornada humana na Terra, a fixação de valores e princípios socioculturais e a necessidade de a humanidade contemporânea reconhecer-se como uma única tribo global que deve ser capaz de sustentar-se mutuamente.

  • English

    This essay shares reflections on the Anthropocene from an ecological and evolutionary perspective of the human species. It starts from the contemporary crisis of biodiversity and the dynamics and history of life on Earth to contextualize the sixth mass extinction of the Anthropocene, an evolutionary trap that puts its own causative agent at risk. The understanding of geological and evolutionary “deep time” and the courses and setbacks of biotic history highlight life as an imperative of the Earth. This perspective places the human being on an equal footing with any other species that has already flourished, in the past or in the present, from biological evolution. The evolutionary origin of the human centrism species is discussed and anthropocentrism is presented as the driving force of the Anthropocene. The systemic crisis of the Anthropocene is seen as pressure of human cultural selection, which must be guided by sustainability and biocentrism. There is speculation about the evolutionary future of the human journey on Earth, the setting of sociocultural values and principles and the need for contemporary humanity to recognize itself as a single global tribe that must be able to support each other.