Acerca do atributo e sua definição em Espinosa

• Rusmando, Luis Marcelo ^[1]
  1. [1] Universidade Estadual de Santa Cruz

     Universidade Estadual de Santa Cruz

     Brasil

     
• Localización: Conatus: filosofía de Spinoza, ISSN-e 1981-7509, Vol. 14, Nº. 24, 2022, págs. 55-73
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • About the attribute and its definition in Spinoza
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• Resumen
  • português

    A noção de atributo é objeto de questões por parte dos interlocutores de Espinosa, e de expressivas divergências entre seus comentadores. Estas, por sua vez, contextualizam-se no seio da discussão relativa ao monismo espinosano, visto que, segundo Espinosa, ao tempo em que Deus compreende substância única, além da qual nada pode existir nem ser concebido, Ele consiste de uma infinidade de atributos, cada um dos quais é infinitamente perfeito em seu gênero. Assim, é preciso explicar qual a relação entre Deus e seus atributos, ou, em outras palavras, como conciliar o uno (Deus) e o múltiplo ou diverso (atributos). Na tentativa de assumir essa empreitada, surgem, de modo geral, duas interpretações divergentes, as quais corroboram e fundamentam as suas posições na definição de atributo que Espinosa oferece na Ética. Enfatizando a intervenção do intelecto em tal enunciado, surge a primeira das interpretações, dita subjetivista, a qual sustenta que os atributos compreendem representações diversas operadas pelo intelecto, na medida em que este concebe a substância, a qual, em si mesma, permanece una e indivisível. Por sua vez, a segunda interpretação, dita objetivista, ao tempo em que evidencia a incompatibilidade da interpretação subjetivista, com vistas a outros aspectos do sistema espinosano, sustenta que os atributos existem objetivamente, como constituintes da essência da substância divina, fora do intelecto, o qual intervém na referida definição para constatar a inteligibilidade de Deus. No presente artigo, assim, propomos apresentar a clássica querela dos atributos, sob as perspectivas das correntes interpretativas subjetivista e objetivista, partindo da análise semântico-gramatical da definição de atributo da Ética. Longe de propormos apresentar uma resolução para a questão referida acima, quanto ao monismo espinosano, propomos evidenciar o seu contexto e a sua complexidade.

  • English

    The idea of attribute is object of questions by Spinoza's interlocutors, and raises a deep disagreement among Spinoza’s scholars. The problem turns around the issue about Spinoza’s monism. This is because, on the one hand, Spinoza thinks God comprises a single substance, beyond which nothing can exist or be conceived, but, on the other hand, He comprises an infinity of attributes, each one being infinitely perfect with respect to its genre. Thus, it is necessary to explain the relation between God and his attributes, that is, it is necessary to explain how to reconcile the one (God) and the multiple or diverse (attributes). The attempt to take on this task gave rise to two different interpretations based on the definition of attribute offered in Spinoza’s Ethics. The first interpretation arises from the focus on the intervention of intellect. This is the subjectivist interpretation, and it holds that attributes comprise different representations operated by the intellect, while the latter conceives the substance, which, in itself, remains one and indivisible. The second interpretation is the objectivist one. On the one hand, it claims that the subjectivist interpretation is incompatible with certain aspects of Spinoza’s system; on the other hand, it maintains that the attributes exist objectively, as constituents of the essence of the divine substance. According to this view, attributes exist outside of the intellect, and the latter intervenes in the aforementioned definition to verify the intelligibility of God. In this paper, we will present the classical issue concerning attributes, taking into account both the subjectivist and the objectivist interpretations, and starting from the semantic-grammatical analysis of the definition of attribute in Ethics. Although we by no means intend to propose a solution to the aforementioned problem, we intend to highlight the context and complexity of Spinoza’s monism.