O artigo propõe uma reflexão crítica sobre as implicações epistemológicas, metodológicas e teórico-conceituais das pesquisas baseadas no Big Data – especialmente em dados de mídias sociais – para o campo científico da comunicação. Do ponto de vista epistemológico, revela a insustentabilidade de modelos de análise baseados em enquadramentos estáticos da comunicação, alegando que os processos sociais que emergem com a influência da internet apresentam-se, inequivocamente, em formatos fluidos e contingentes. Nesse âmbito, destaca que a própria evolução da tecnologia tem condições de impulsionar a construção de ferramentas de coleta e análise de dados capazes de apreender os movimentos comunicacionais, fazendo jus à necessidade de alinhamento entre ontologia, epistemologia e metodologia na pesquisa científica. O texto, ainda, problematiza questões relativas à construção teórico-conceitual da comunicação. Acredita-se que o relevo adquirido pelos dados, nos últimos anos, não deve apontar para um domínio do empírico sobre o teórico. Efetivamente, o fortalecimento da ciência da comunicação passa pela precisão e pelo cuidado com o uso de termos, modelos e referências teóricas historicamente consolidados na problematização e explicação do contemporâneo.
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