Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


'Quanto mais histórias, mais novelos' ou os fios de outra Xerazade Sobre narrar os trânsitos migrantes e a condição exílica de voluntários e refugiados em 'Um muro no meio do caminho', de Julieta Monginho

  • Autores: Jorge Vicente Valentim
  • Localización: Diacrítica, ISSN 0870-8967, ISSN-e 2183-9174, Vol. 35, Nº. 3, 2021 (Ejemplar dedicado a: Travel / Migration / Exile Literature), págs. 55-73
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • português

      A partir da percepção do gesto de narrar, enquanto exercício afirmativo de uma ação bem ao gosto da personagem-narradora Xerazade, tal como postulado por Isabel Pires de Lima (2012), pretende-se, nesse artigo, refletir sobre os trânsitos mobilizados na tessitura narrativa do romance de Julieta Monginho, Um muro no meio do caminho (2018). Assim, se, por um lado, a narradora-protagonista J. desloca-se para a Grécia para desempenhar uma atividade humanitária, é essa mobilidade que a faz encontrar outros sujeitos em um trânsito forçado: os refugiados.  Ao resgatar cada figura em Chios, J. configura-se como uma autêntica Xerazade, num duplo movimento de contar as histórias (Benjamin, 1985). Enquanto voluntária, ela própria se coloca numa condição movente, ao mesmo tempo, que, como ouvinte das narrativas dos refugiados, capta a condição exílica a que são expostos (Nouss, 2016). Nas duas feições (voluntários e refugiados), as personagens entrecruzam suas histórias, com seus problemas e suas complexidades, permitindo-se vislumbrar, enquanto figuras de movimento (Ette, 2016). Sem cair, no entanto, na armadilha de apontar soluções fáceis, este exercício de uma Xerazade inquieta chama mais a atenção para um questionamento constante do problema, justamente porque narra para que ele não desapareça e não sucumba diante da indiferença.

       

    • English

      Based on the perception of the narrative gesture, as an affirmative exercise of an action well suited to the character-narrator Scheherazade, as postulated by Isabel Pires de Lima (2012), this article intends to reflect on the transits mobilized in the narrative texture of Julieta Monginho's novel, Um Muro no Meio do Caminho (2018). Thus, if, on the one hand, the narrator-protagonist J. moves to Greece to perform a humanitarian activity, it is this mobility that makes her find other subjects in a forced transit: the refugees. When rescuing each transitive figure in this transitional space on the island of Chios, J. is configuring herself as an authentic Scheherazade, in a double movement of telling the stories (Benjamin 1985). As a volunteer, she puts herself in a migrant condition, at the same time that, as a listener of the refugees' narratives, she captures the exile condition to which they are exposed (Nouss 2016). In both features (volunteers and refugees), the characters intertwine their stories, with their most peculiar problems and complexities, their fears and their hopes, which allows them to recognize themselves as figures of and in movement (Ette 2016).

       


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno