Resumen de Article 1 - EU trade dynamics and the European model in the context of new globalization patterns and global governance

Annette Bongardt, Francisco Torres

• English

  This article argues that European Union (EU) trade dynamics and (old and new) globalization challenges cannot be seen in isolation from their implications for the European (economic, social, environmental) model. The EU, a staunch defender of free trade and multilateralism, faces an increasingly messy international trading system and new realities that affect its external trade (environmental and geopolitical considerations, industrial policy). Its quest to promote external trade may however sit uneasily with European values, to which EU trade policy reviews pay tribute by letter, most recently enshrining the objectives of the European Green Deal. This article questions the EU’s unfettered defence of the European model in practice through its new generation trade agreements, which are a chief embodiment of its trade policy. Those increasingly stretch into non-traditional areas, which implies that they feed back into the European model in a way that traditional trade agreements have not, via multiple channels, including regulation (standards, also environmental and labour) or investor protection clauses. The issue whether the EU privileges trade over the European model is reflected in the difficulty to find a necessary consensus among member states to ensure the ratification of recent deep trade agreements.

• português

  Este artigo argumenta que a dinâmica comercial da União Europeia (UE) e os (velhos e novos) desafios da globalização não podem ser vistos isoladamente das suas implicações para o modelo (económico, social, ambiental) europeu. A UE, tradicionalmente defensora do comércio livre e do multilateralismo, enfrenta um sistema comercial internacional cada vez mais desordenado e novas realidades que afetam o seu comércio externo (considerações ambientais mas também geopolíticas; política industrial). A promoção do comércio externo pode, no entanto, não se coadunar com os valores europeus, aos quais as revisões da política comercial da UE teoricamente se vinculam, e que recentemente passaram a incluir os objetivos do Pacto Ecológico Europeu. O artigo questiona se na prática a UE defende o modelo europeu de governação através dos seus acordos comerciais de nova geração, que constituem o principal veículo de concretização da sua política comercial. Estes estendem-se cada vez mais a áreas não tradicionais, o que implica que têm implicações sobre o modelo europeu de uma forma que os acordos comerciais tradicionais não tinham, através de múltiplos canais, incluindo a regulação (normas, também ambientais e laborais) ou cláusulas de proteção dos investidores. A questão – saber se a UE privilegia o comércio ao modelo europeu – reflete-se na dificuldade de encontrar um consenso necessário entre os Estados-Membros para assegurar a ratificação dos recentes acordos comerciais profundos.