Inculturação e lutas ambientais: Igreja Católica, esfera pública e preservacionismo antropocêntrico no Brasil

• Marcos Pereira Rufino ^[1]
  1. [1] Universidade Federal de São Paulo

     Universidade Federal de São Paulo

     Brasil

     
• Localización: Anuário Antropológico, ISSN 2357-738X, ISSN-e 0102-4302, Vol. 48, Nº. 3, 2023, págs. 37-70
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Inculturation and environmental struggles: Catholic Church, public sphere and anthropocentric preservationism in Brazil
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• Resumen
  • English

    The article investigates the growing convergence between the Catholic Church and environmentalism in Brazil, aiming to demonstrate – through an anthropological reading of the Fraternity Campaigns that address sustainability and environmental crisis issues – how the national episcopate has been striving to reinvent the theology of inculturation as a system that incorporates, among other elements, the “natural world” as well. The hypothesis is suggested that the Church has been producing a symbolic narrative that articulates the fundamental elements of its theological conception of Creation with the set of social representations we know as ecology. This ecotheological narrative promotes a new perspective for interpreting biblical texts, seeking to recreate the relationships between Christianity and "nature" by projecting the origins of a certain Catholic environmental activism into a distant past. Despite being marked by anthropocentric categories, this new apostolic narrative seeks to assert, in favor of the Catholic Church and its pastoral work, a prominent position in the public sphere among the other relevant agents and institutions involved in present-day environmental struggles.

  • português

    O artigo investiga a crescente aproximação entre Igreja Católica e ambientalismo no Brasil e procura demonstrar – por meio de uma leitura antropológica das Campanhas da Fraternidade que tematizam questões relativas à sustentabilidade e crise ambiental – como o episcopado nacional tem se esforçado em reinventar a teologia da inculturação como um sistema que incorpora, entre outros elementos, também o “mundo natural”. Sugere-se a hipótese de que a Igreja tem produzido uma narrativa simbólica que articula os elementos fundamentais de sua concepção teológica sobre a Criação ao conjunto de representações sociais que conhecemos por ecologia. Essa narrativa ecoteológica promove uma nova perspectiva de leitura dos textos bíblicos que procura recriar as relações entre cristianismo e “natureza”, projetando em um passado distante as origens de um certo ativismo ambientalista católico. Mesmo que marcada por categorias antropocêntricas, essa nova narrativa apostólica procura afirmar, a favor da Igreja Católica e suas pastorais, um lugar de destaque na esfera pública entre os demais agentes e instituições relevantes nas lutas ambientais do presente.