Ana Luísa Castro, Ricardo Campos
Cada vez mais, vemos a arte urbana a ser utilizada como meio de regeneração urbana por parte das autarquias de várias cidades portuguesas, constatando-se, no entanto, que, por vezes, são desenvolvidos projetos de arte urbana com o simples intuito de “embelezar” a paisagem urbana, não tendo em consideração as comunidades que frequentam ou vivem nos espaços intervencionados. Este tipo de intervenção levanta uma série de questões acerca do papel da arte urbana enquanto forma de arte pública, desenvolvida em determinados territórios urbanos. Com frequência esta expressão tem sido empregue em territórios urbanos desqualificados e periféricos, do ponto de vista territorial e social. Neste sentido, cumpre funções que não são exclusivamente artísticas, mas também de índole comunitária e social, visando a requalificação territorial, simbólica e identitária de determinados bairros.
Com este artigo, pretendemos chamar a atenção para a importância da utilização de processos participativos no desenvolvimento de projetos de arte urbana a implementar no espaço público, incentivando o envolvimento das comunidades. Partindo da premissa de que no espaço público a mediação de arte deve ter uma importância acrescida, decidimos focar-nos num caso de estudo — o projeto Meu Bairro, Minha Rua — no qual a comunidade foi chamada a participar nas tomadas de decisão sobre um conjunto de micro-intervenções, realizadas no espaço público, em 10 locais de Vila Nova de Gaia.
Urban art is increasingly used as a means of urban regeneration by the municipalities of several Portuguese cities, noting, however, that sometimes urban art projects are developed with the simple purpose of "beautifying" the urban landscape, disregarding the communities that use or live in the targeted spaces. This type of intervention raises questions about the role of urban art as a form of public art developed in certain urban territories. This expression has often been used in territorially and socially deprived and peripheral urban territories. In this sense, it plays a role that is not exclusively artistic but also communitarian and social, aiming at certain neighbourhoods' territorial, symbolic and identity rehabilitation.
Through this article, we intend to raise awareness about the importance of using participatory processes in developing urban art projects in the public space, encouraging the involvement of communities. Assuming that in the public space, art mediation must play a greater role, we decided to focus on a case study — the project Meu Bairro, Minha Rua (My Neighbourhood, My Street) — that invited the community to participate in the decision-making process of a set of micro-interventions in public space in 10 locations in Vila Nova de Gaia.
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