This essay proposes a reading about the fill-lenth film O animal cordial, of the screen-writter and director Gabriela Amaral Almeida (2018). The ideia was to cover the plot observing the characters and describing how the Brazilian sreen-writter and diretor questioned the validity and the appropriateness of the expression “homem cordial”, described by Sérgio Buarque de Holanda (1995) in his sociological analysis found in the book Raízes do Brasil. My proposal is to perceive (1) how that significant persists in contemporaneity in spite of its anachronistic sendings, and (2) in which way the film, beyond being a complaint-reading of this anachronism, is also a possibility of a rewriting of the concept by obliteration. Almeida (2018) films a night in a Brazilian restaurant attended by people who belong to an upper-middle social class, or to a class that moves economically upward way. What we watch that night is the downfall process of the “man” who changes place with the “animal” and brings about an overwriting, not only of the “man”, meaning the masculine genre, but of the “humankind” as a hole. This violent and bloody rewritting is what interests me in this film. In other words, what I present in this text stood up for the thinking of Hélène Cixous (1995), Alexandre Nodari (2017) and Achille Mbembe (2018), because, to my point, this process is what the full-lengh Brazilian film exposes in a beautiful and fierce way pointing “devires”.
Este artigo propõe uma leitura do filme longa metragem O animal cordial (2018), da roteirista e diretora Gabriela Amaral Almeida. A ideia foi percorrer o enredo contemplando as personagens e descrevendo como a roteirista e diretora brasileira colocou em cheque a validez e a pertinência da noção de “homem cordial”, descrita por Sérgio Buarque de Holanda (1995) em sua obra sociológica Raízes do Brasil. A proposta é observar (1) como esse significante persiste na contemporaneidade a despeito de seus envios anacrônicos e (2) de que forma o filme é, para além de uma leitura de homenagem ou denúncia desse anacronismo, uma possibilidade de reescrita do conceito pela sua rasura. Almeida filma uma noite em um restaurante brasileiro frequentado por pessoas pertencentes a uma classe social média-alta, ou economicamente ascendente. Nessa noite, o que se assiste é ao processo de ruína do “homem” que dá lugar ao “animal” e promove, com isso, uma sobrescrita não apenas do homem como do humano. É essa reescrita violenta e manchada de sangue o que me interessa no filme. É isso o que apresento neste texto amparada pelo pensamento de Hélène Cixous (1995), Alexandre Nodari (2017) e Achille Mbembe (2018), pois, a meu ver, é esse processo que o longa brasileiro expõe tão linda e visceralmente encetando devires.
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