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Centros de reeducação em Moçambique (1975-1985): memórias, silêncios e discursos jornalísticos

    1. [1] Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

      Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

      Vila Real (São Pedro), Portugal

  • Localización: Revista Lusófona de Estudos Culturais (RLEC)/Lusophone Journal of Cultural Studies (LJCS) Revista Lusófona de Estudos Culturais, ISSN 2184-0458, ISSN-e 2183-0886, Vol. 6, Nº. 1, 2019 (Ejemplar dedicado a: Cinema, migrations and cultural diversity; 5-11|13-19)
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • Re-education centres in Mozambique (1975-1985): memories, silences and journalistic speeches
  • Enlaces
  • Resumen
    • English

      In the post-independence period, Frelimo’s goal was to “free Mozambican society from damage related to the colonial, bourgeois and capitalist world, towards the creation of a New Mankind that would necessarily go through a process of ‘re-education’, pursuant to which individuals would be inserted into a new order” (Thomaz, 2008, p. 179). This new order implied “disciplined work, material detachment, overcoming old loyalties (ethnic, religious, class, racial, regional) and unassailable moral behaviour” meaning the “ideal of a New Mankind” (Thomaz, 2008, p. 179). Articles published in Mozambican newspapers at the time contrast with international media texts. In Entre as memórias silenciadas [Between silenced memories] (2013), Ungulani Ba Ka Khosa portrays Mozambique in the first years of post-independence through fiction, alerting to the need for challenging and retrieving the silenced memories of the re-education camps, implemented by Frelimo’s leaders, to build/educate a “new Mankind”. Ba Ka Khosa (2013) seeks to demystify and exorcise the history of a recent past with a work that (re)visits Mozambican reality in the post-independence period, which, to the re-educated, was synonym of violence, suffering and exclusion from history and memory. As one of the most provocative authors of Mozambican contemporaneity, Ba Ka Khosa “blurs the past with the present, fantasy with reality, transforming literature into a live space for political debate” (Gallo, 2013, p. 293). This paper has the purpose of analysing the work of Ungulani Ba Ka Khosa and, simultaneously, the pieces published in national and international mass media.

    • português

      No período pós-independência, o objetivo da Frelimo era “livrar a sociedade moçambicana de mazelas associadas ao mundo colonial, burguês e capitalista, rumo à construção do Homem Novo, que passava necessariamente por um processo de “reeducação”, no interior do qual os indivíduos seriam introduzidos numa nova ordem” (Thomaz, 2008, p. 179). Esta nova ordem implicava “trabalho disciplinado, despojamento material, superação de antigas lealdades (étnicas, religiosas, de classe, de raça, regionais) e comportamento moral inatacável” sinónimo do “ideal de Homem Novo” (Thomaz, 2008, p. 179). Os artigos publicados em jornais moçambicanos da época contrastam com os textos dos media internacionais. Ungulani Ba Ka Khosa apresenta, em Entre as memórias silenciadas (2013), um retrato de Moçambique nos primeiros anos do período pós-independência com a ficção a alertar para a necessidade de desafiar e recuperar as memórias silenciadas dos campos de reeducação instituídos pelos dirigentes da Frelimo para construir/educar um “Homem novo”. Ba Ka Khosa (2013) procura desmistificar e exorcizar a história do passado recente com um texto que (re)visita a realidade moçambicana no período pós-independência, que para os reeducandos foi sinónimo de violência, sofrimento e exclusão da história e da memória. Como um dos autores mais provocadores da contemporaneidade moçambicana, Ba Ka Khosa “dilui o passado no presente, a ficção na realidade, fazendo da literatura um vivaz espaço para o debate político” (Gallo, 2013, p. 293). Esta comunicação propõe-se analisar a obra de Ungulani Ba Ka Khosa em paralelo com os textos publicados nos meios de comunicação nacionais e internacionais.


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