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Corpos colonizados: recursos com paisagem em fundo. Uma agenda de pesquisa

    1. [1] Universidade Nova de Lisboa

      Universidade Nova de Lisboa

      Socorro, Portugal

  • Localización: Vista: Revista de Cultural Visual, ISSN-e 2184-1284, Nº. 5, 2019 (Ejemplar dedicado a: Vistas Imperiais: Visualidades coloniais e processos de descolonização)
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • English

      The photography of the colonized bodies purported to record the racial stigmata that character- ized them under the light of the Portuguese Anthropobiology moulded after the northern-european paradigm, but duly revised and adapted from the standpoint of the Portuguese colonial exploration. The study focused on the measurement of indigenous intelligence in order to evaluate their susceptibility to assimilation, on the anthropometric and ergographic evaluation in order to make good use of labour force and on the detection of pathologies that might jeopardize it or be transmissible to settlers. The colonized populations were integrated as human material in the overall framework of survey of natural resources, flora, fauna, ore, farming assets, in such way that their bodily resourcefulness mediated the relationship between the settler and the natural environment of the occupied territories. Fully integral to the racialization process that was instrumental to the success of the colonizing endeavour, the photographic recording isn’t merely a document in the Portuguese Colonial Archive, but above all na epistemopolitical tool of the harm that was inflicted by the colonization to its historical victims, first and foremost as an operator of the construction of the racialized exotic Other that, while defining the thresh-old beyond which the primate becomes human, also delineates the boundary that cannot be crossed by the inferior races, made visible by the physical and behavioural stigmata of their simian ancestry. Such photographic indiciology was instrumental in the justifying and legitimazing of the Portuguese “white man’s burden”, translated into the terms of our own civilizing mission that was taken up as an ages-old historical design, one that, in the aftermath of the “Pink Map” dispute and the engagement in World War I, rose to the level of a struggle for the safeguarding of national identity and independence.

    • português

      A fotografia dos corpos colonizados visava registar os estigmas raciais que os caraterizavam à luz da antropobiologia portuguesa decalcada da matriz norte-europeia, mas revista e adaptada à exploração colonial. O estudo concentrou-se no cálculo da inteligência no sentido de avaliar da sua assimilabilidade, na mensuração antropométrica e ergográfica com o fim do aproveitamento de mão-de-obra e na deteção de patologias que a podiam comprometer ou ser transmissíveis aos colonizadores. As populações colonizadas foram integradas como material humano no quadro geral do levantamento e exploração de recursos naturais, flora, fauna, minérios, culturas agrícolas, de tal modo que a serviçalidade dos seus corpos funcionou como mediadora da relação do colonizador com a paisagem natural dos territórios ocupados. Integral ao processo de racialização indispensável ao sucesso da empresa colonizadora, o registo fotográfico não só constituiu um documento do arquivo colonial português, como um instrumento epistemopolítico do dolo infligido pela colonização às suas vítimas históricas, desde logo como operador da construção do Outro racial exotizado que, ao definir o limiar em que o primata devém humano, traça por aí mesmo a fronteira inultrapassável pelas raças inferiores, patente nos estigmas físicos e psíquicos que indiciam a sua ancestralidade simiesca. Esta indiciologia fotográfica foi fundamental para a justificação e legitimação do “fardo do homem branco” luso, traduzido nos termos próprios da sua missão civilizadora, assumida como desígnio histórico secular que, a partir do diferendo do “mapa cor-de-rosa” e do empenhamento na Primeira Guerra Mundial, se alcandorou a pugna pela salvaguarda da identidade e da independência nacional.


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