Duas crónicas, a Chronicle of Andres e a Chronicle of Evesham, apesar de diferirem uma da outra em múltiplos aspetos, ambas relatam, na primeira pessoa do singular, casos jurídicos conduzidos pelos seus autores, junto da cúria de Inocêncio III. Embora as crónicas não coincidam ao nível do conteúdo, a sua semelhança pode ser explicada pela influência de um escritor sobre o outro. O autor de Evesham, Thomas of Marlborough, foi aluno e íntimo de Stephen Langton; foi ainda condiscípulo de Richard Poore. Andres e Canterbury mantiveram laços duradouros e, quando William of Andres apresentou o seu caso à cúria, foi aconselhado por Langton e pelos monges. Richard Poore ouviu o caso de Andres como juiz-delegado e foi, provavelmente, responsável pela sua devolução ao Papa para sentença final. Os quatro homens terão coincidido na trasladação das relíquias de Thomas Becket, em 1220. Esta rede de relações pode ajudar-nos muito a explicar como dois indivíduos sem relações diretas entre si poderão ter produzido narrativas jurídicas semelhantes. Posteriormente, a profissionalização do direito impediu a criação de relatos semelhantes.
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