O texto busca chamar a atenção para um romance que tem passado completamente desapercebido pela crítica, relegado ao esquecimento. Muito embora sua autora, uma nordestina, tenha sido, na altura, conhecida por outro aspecto da sua obra, o de caráter mais político, o romance referido, publicado em 1965, não recebeu até hoje a leitura digna do que suscita. O que talvez se explique pelo engendramento das questões postas, tanto concernentes à condição feminina, quanto aos entrecruzamentos narrativos e discursivos, quanto à sua especialíssima linguagem. Trato, pois, de sublinhar a labiríntica exploração do tempo, os jogos semânticos, as flexões metafóricas, as impropriedades, o emprego metonímico, etc, que podiam ter-lhe oferecido o lugar de destaque de uma narrativa de vanguarda.
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