Resumen de De Marielle para Conceição, de Conceição para Marielle: gestos que vingam e fazem vingar

Moama Lorena de Lacerda Marques

• English

  Considering the (ins)urgency of adopting literary expression as a theoretical production, as is the case with Heloísa Buarque de Hollanda (2020), we start from the title of Danielle Magalhães' second poetry collection, Vingar (2021), to reflect on the gestures of erasure, acceptance and recognition expressed in the affective, poetic and political relationship that brings Marielle Franco and Conceição Evaristo closer together. To this end, we analyze the significance of these gestures in the tribute paid to the writer from Minas Gerais by the Rio City Council in 2017 and in the poem (re)written by Evaristo that opens the collection Um girassol nos seus cabelos: pemas para Marielle Franco (SILVA; MARA; KUBOTA, 2018), published in 2018. Based on these analyses, we argue that the articulation of these gestures is a parameter for approaching an important part of the poetry of contemporary female authorship: the interest in thriving and taking revenge on bodies considered by the state as not grievable. For theoretical support, we chose Butler (2020), Hollanda (2020), Magalhães (2021), Kiffer and Giorgi (2019), and Piedade (2017), among others.

• português

  Considerando a (ins)urgência de assumir a expressão literária enquanto produção teórica, a exemplo do que nos provoca Heloísa Buarque de Hollanda (2020), partimos do título do segundo livro de poesia de Danielle Magalhães, Vingar (2021), para pensar nos gestos de rasura, acolhimento e reconhecimento articulados na relação afetiva, poética e política que aproxima Marielle Franco e Conceição Evaristo. Para tanto, analisamos os sentidos desses gestos na homenagem que a vereadora carioca prestou à escritora mineira na Câmara de vereadores do Rio, em 2017, e no poema (re)escrito por Evaristo que abre a antologia, publicada em 2018, Um girassol nos teus cabelos: poemas para Marielle Franco (SILVA; MARA; KUBOTA, 2018). A partir dessas análises, argumentamos que a articulação desses gestos é parâmetro para nos aproximarmos de uma parte importante da poesia de autoria feminina contemporânea: aquela interessada em vingar e fazer vingar corpos considerados não passíveis de serem enlutados pelo Estado. Como subsídio teórico, elegemos Butler (2020), Hollanda (2020), Magalhães (2021), Kiffer; Giorgi (2019), Piedade (2017), entre outras e outros.