O presente trabalho visa pautar uma reflexão sobre as principais motivações para a escolha do ensino domiciliar na contemporaneidade, levando em conta as frequentes justificativas religiosas ou ideológicas, além de um significativo descontentamento em relação às instituições escolares - seja por uma suposta ineficiência pedagógica ou então pela imposição de atividades e conteúdos julgados desnecessários. A fim de realizar uma consideração sobre os pressupostos que embasam o ensino domiciliar hoje, traçaremos aqui alguns paralelos e diferenças com a ideia de ensino preceptorial em meados do século XVII, atentando para o impacto do humanismo e do pensamento liberal no contexto de uma educação predominantemente religiosa. Além disso, trataremos da oposição estabelecida entre casa e escola nos diferentes contextos abordados. E, finalmente, pensaremos quais possíveis efeitos da tensão existente entre os interesses coletivos e individuais no que concerne às escolhas educativas e o acesso ao conhecimento.
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