Fabíola Fernanda do Patrocínio Alves, André Marcio Picanço Favacho
O presente artigo visa apresentar um panorama geral de uma pesquisa de doutorado em Educação. O objetivo do estudo foi analisar a experiência de si de duas crianças com deficiência, estudantes de duas escolas municipais de Belo Horizonte (uma criança cega e outra com deficiência física, usuária de cadeira de rodas). Trata-se de uma pesquisa que toma como principal referência as propostas do filósofo Michel Foucault, sobretudo os aportes teórico-metodológicos da ética. Para cumprir a proposta de fazer o relato da pesquisa, o artigo apresenta os aspectos metodológicos mais relevantes; realiza uma discussão sobre infância, deficiência e inclusão; discute as noções de ética e experiência na obra foucaultiana e, por fim, analisa a atividade ética das crianças, evidenciando como elas constroem uma experiência de si. Como conclusão, tenta evidenciar que, embora essas crianças estejam inseridas em um campo escolar permeado por práticas discursivas e não discursivas que tentam submetê-las a situações de normalização e rejeição, elas empreendem um trabalho ético a favor da liberdade. A despeito da vida precária que possuem, as crianças enfrentam, de maneira corajosa, saberes e poderes, a fim de produzirem linhas de deriva que as possibilitam potencializar e afirmar suas existências.
The present article aims to present an overview of a doctoral research in Education. The aim of the study was to analyze the experience of the self of two children with disabilities, who are students of two public schools in Belo Horizonte (one child is blind and the other has a physical disability, she is a wheelchair user). This is a research that takes as main reference the proposals of the philosopher Michel Foucault, especially the theoretical and methodological contributions of ethics. To fulfill the proposal of reporting the research, the article presents the most relevant methodological aspects; discusses childhood, disability and inclusion; debates the notions of ethics and experience in Foucault’s work and, finally, analyzes the ethical activity of the children, showing how they build an experience of self. As a conclusion, it tries to show that, although these children are inserted in a school field permeated by discursive and non-discursive practices that try to submit them to situations of normalization and rejection, they undertake an ethical work in favor of freedom. Despite their precarious lives, the children courageously face knowledge and power in order to produce drift lines that enable them to empower and affirm their existences.
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