Um dos grandes desafios na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil é a inserção social de catadores na gestão dos resíduos sólidos, melhorar a renda desses trabalhadores e aumentar os índices de reciclagem no país. Nessa perspectiva, a Rede Recicla Seridó foi constituída por associações de catadores que atuam na região do Seridó-RN, para fazer face as dificuldades encontradas por esses empreendimentos com a comercialização diretamente para as indústrias. O objetivo desse artigo foi de analisar os aspectos sociais e econômicos dos sete empreendimentos da Rede Recicla Seridó. A metodologia utilizada foi uma abordagem quantitativa e qualitativa, utilizando-se entrevistas e questionários aplicados junto às associações no ano de 2020. Como principais resultados, verificou-se na dimensão social que 62% dos entrevistados são do sexo masculino, 68,5% se declararam negros ou pardos e 38% não são alfabetizados. Nos aspectos econômicos, 31% dos catadores obtêm com a atividade uma renda entre R$ 300,00 a R$ 500,00 (média/mensal), resultado inferior ao salário mínimo vigente na época do estudo. Essa renda é advinda da comercialização de 223 toneladas de recicláveis que representa um per capita de 1,31 kg/habitante/ano de material recuperado na região, muito inferior à média nacional que é de 15,3 kg/habitante/ano. Aponta-se como justificativa deste cenário, a comercialização à intermediários, somado a ausência de infraestrutura adequada para execução da coleta seletiva e programas de educação ambiental permanentes nos municípios. Observa-se que a organização em rede pode favorecer o desempenho econômico, ambiental e social, tornando-se uma estratégia de inclusão socioeconômica da categoria, com melhores condições de comercialização, inserção em programas de logística reversa e melhoria de qualidade de vida dos associados.
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