Autor de textos ensaísticos marcantes e de poemas que têm aberto novas perspectivas para a poesia francesa contemporânea, Meschonnic tem-se caracterizado por um espírito inquieto, voltado à discussão de problemas de seu tempo, ainda que possua sólida formação também sobre o passado. Uma das maiores riquezas de sua reflexão consiste na capacidade de articular, problematicamente, o passado e o presente da cultura ocidental, inter-relacionando diversos domínios dos mais heterogêneos. No campo dos estudos da tradução, Meschonnic nos legou uma obra que nos ensina que o trabalho do pensamento é inseparavelmente crítico, ético, poético e político. Não obstante, essa multiplicidade de conhecimentos em discussão no conjunto da obra meschonniqueana se impõe numa coesão de perspectiva que requer do leitor uma articulação mínima entre linguagem-tradução-ética-política. Assim, com o intuito de esclarecer pontos importantes do pensamento tradutório do autor, este artigo revisita sua biografia, a sua recepção na França e interpreta conceitos chaves, compreendendo a obra de Meschonnic pelo modo próprio como ele se lança aos desafios da linguagem, e este modo singular se encontra na abertura intelectual definidora de um pensamento sempre dinâmico e nada dogmático.
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