The microbiological revolution of the late 19th century produced a profound change not only in the pathology, in the clinic and in the treatment of chronic and contagious diseases, but also in epidemiology and preventive medicine. In this context, the study of diseases and their relation to the environment occupied a central position. Although the starting point of the ecological approach was the Hippocratic treatise on airs, water and places – inspiring an environmentalist tradition that remained for more than two millennia – 19th century medicine began to look again at geography and the environment as disease conditioning factors.The island of Madeira with its very particular climate began to be spoken at the international level in the late 18th century and during the first half of the 19th century as the ideal place to treat diseases of the respiratory system such as tuberculosis, pneumonia, pleuritis or bronchitis. The mild temperature, the good insolation, the maritime and mountainous geography, the depressive barometry and the hygrometry were factors studied and highlighted by the national and international medical community as excellent for the treatment of these diseases.With this work we intend at first contextualize from the environmental and climatic point of view the particularities of the island of Madeira to justify its search as a climatotherapeutic resort for several decades, based on the medical studies of the island between the end of the 18th century until the mid-19th century. Secondly, we intend to show how the therapeutic use of Madeira climate was achieved, thought the institutionalization of the Funchal Hospice, the first hospital in Portugal dedicated to the treatment of pulmonary diseases.For that we use documents of the time such as medical manuals, medical theses and periodicals articles that allow us to follow the ideas and medical justifications for the search and therapeutic use of the elements of the Madeira climate for the treatment of pulmonary diseases.
Keywords Madeira; Portugal; Hospital; Climatotherapy; Funchal Hospice; Tuberculosis; Pulmonar Diseases.
A revolução microbiológica dos finais do século XIX produziu uma profunda mudança não só ao nível da patologia, da clínica e da terapêutica das doenças crónicas e infetocontagiosas como também ao nível da epidemiologia e da medicina preventiva. Neste contexto o estudo das doenças e a sua relação com o ambiente ocuparam uma posição central. Se bem que o ponto de partida do enfoque ecológico havia sido o tratado hipocrático sobre os ares, as águas e os lugares – inspirando uma tradição ambientalista que se manteve por mais de dois milénios – a medicina do século XIX começou a olhar novamente para a geografia e para o ambiente como fatores condicionantes das doenças.A ilha da Madeira, com o seu clima muito particular, começou a ser falada ao nível internacional nos finais do século XVIII e durante a primeira metade do século XIX como o lugar ideal para o tratamento de doenças do aparelho respiratório como a tuberculose, a pneumonia, a pleurite ou a bronquite. A temperatura amena, a boa insolação, a geografia marítima e montanhosa, a barometria depressiva e a higrometria foram fatores estudados e destacados pela comunidade médica nacional e internacional como ótimos para o tratamento dessas doenças.Com este trabalho pretende-se em primeiro lugar contextualizar do ponto de vista ambiental e climático as particularidades da ilha da Madeira de forma a justificar a sua procura como estância climatoterapêutica durante várias décadas, com base nos estudos médicos da ilha entre os finais do século XVIII até meados do século XIX. Em segundo lugar pretende-se mostrar como foi feito o aproveitamento terapêutico do clima madeirense, através da sua institucionalização por meio do Hospício do Funchal, o primeiro hospital em Portugal dedicado ao tratamento de doenças pulmonares.Para tal utilizamos documentos da época como os manuais médicos, teses médicas e artigos de periódicos que nos permitem acompanhar as ideias e justificações médicas para a procura e aproveitamento terapêutico dos elementos do clima madeirense para o tratamento de doenças pulmonares.
Palavras-chave Madeira; Portugal; Hospital; Climatoterapia; Hospício do Funchal; Tuberculose; Doenças Pulmonares.
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