Foreign Policy Analysis is an innovative tool within International Relations, which, like the discipline itself, emerged after the Second World War, in a scenario of intense proliferation of studies about the international reality. It was in this movement towards the affirmation of this new discipline, accompanied by the growing relevance of foreign policy, both for States and for IR, that the study of foreign policy itself developed and became autonomous, through the emergence of the APE. Endowed with an innovative repertoire and seeking to carry out a deeper analysis than the traditional approach, the APE moved the object of study to the decision maker and to the causes that really led him to adopt a given decision. In this article we will seek to expose the relevance of the Foreign Policy Analysis, and, for that, we will resort to a case study: Portugal's accession to the European Communities. Completed in 1986, joining the EEC was the culmination of a long membership process that began in 1976/77, when the First Constitutional Government, led by Mário Soares, sent the application for membership. It is here, in sending the application for membership, that we find the center of the decision, and therefore, it is here that our study will also focus. Using the APE, we observe that, behind this decision, we do not find only national interest as a motivation, as a traditional analysis might suggest, but above all pressures, perceptions and ideals that translate into the will of the decision maker. In this way, Portugal's accession to the EEC was, more than a result of the structure, a result of the perception and idiosyncrasy of the agency, whose characterization is presented in this article.
A Análise de Política Externa (APE) é um sub-field dentro das Relações Internacionais, que, tal como a própria disciplina, surgiu após a Segunda Guerra Mundial, num cenário de intensa proliferação dos estudos acerca da realidade internacional. Foi neste movimento de afirmação desta nova disciplina, acompanhado pela crescente relevância da política externa, quer para os Estados, quer para as RI, que o próprio estudo da política externa se desenvolveu e autonomizou, através do surgimento da APE. Dotada de uma metodologia inovadora e procurando realizar uma análise mais profunda do que a abordagem tradicional, a APE centrou o objeto de estudo no decisor e nas causas que realmente o levaram a adotar uma dada decisão. Neste artigo, iremos procurar expor a relevância da Análise de Política Externa e, para isso, recorreremos a um estudo de caso: a adesão de Portugal às Comunidades Europeias. Finalizada em 1986, a adesão à CEE foi o culminar de um longo processo de adesão que se iniciou em 1976/77, quando o I Governo Constitucional, liderado por Mário Soares, enviou o pedido de adesão. É aqui, no envio do pedido de adesão, que encontramos o centro da decisão, e, portanto, é também aqui que o nosso estudo se vai centrar. Recorrendo à APE, observamos que, por detrás desta decisão, não encontramos como motivação somente o interesse nacional, como uma análise tradicional poderia sugerir, mas sobretudo pressões, perceções e ideais que se traduzem na vontade do decisor. Desta forma, a adesão de Portugal à CEE foi, mais do que resultado da Estrutura, resultado da perceção e idiossincrasia da Agência, cuja caracterização é apresentada neste artigo.
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