Esse artigo busca apresentar e responder à objeção feita especialmente por Habermas, segundo a qual a hermenêutica gadameriana conteria um conservadorismo que absolutiza a tradição. Contra isso, buscaremos reconstruir a tese exposta em Verdade e método de que a interpretação é também aplicação, o que permite que a tradição interpretada seja reformulada e retraduzida para responder a problemas práticos do presente e do intérprete. Uma reflexão que Gadamer retira tanto da ética aristotélica quanto da hermenêutica jurídica. Com isso, veremos com detalhe que a hermenêutica não só reitera em bloco a tradição de maneira acrítica, mas inclui a possibilidade seja de revisão da tradição, seja ainda de sua recusa. À luz de tal reconstrução, poderemos reconhecer uma certa arbitrariedade presente nas críticas habermaianas.
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