Além das diversas sugestões de Montaigne sobre o vínculo entre a imaginação e o intelecto, que realiza a ligação entre as imagens e as palavras como parte do processo de formação imagético no corpo dos Ensaios; encontramos na obra montaigneana alguma discussão sobre o modo como a sensibilidade e o corpo operam juntamente àqueles elementos da interioridade do sujeito para que o autorretrato se realize enquanto uma pintura em sentido não metafórico. No ensaio Sobre versos de Virgílio, o amor – uma sensação ou um sentimento, que integra o corpo e a alma do sujeito, porém, em um vínculo estritamente individual – será a metáfora para ilustrar um tipo de imagem que emana do poema, que seria uma espécie de “imagem subjetiva”. Essa discussão, no entanto, será um primeiro passo para o posterior esclarecimento a respeito das almejadas “imagens objetivas”, que poderão conferir caráter concreto à pintura montaigneana, desde que se considere outro tipo de relação envolvendo a alteridade.
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