O presente trabalho propõe uma reflexão acerca das relações que se estabelecem entre as massas e grupos no processo civilizatório, enfocando na formação e funcionamento dos fenômenos grupais. De acordo com Freud ([1930] 2006d), para que seja possível viver em civilização de maneira favorável, os sujeitos não podem satisfazer suas pulsões, mas ao contrário, tendem a reprimi-las ou encontrar destinos que sejam aceitos socialmente. A presente discussão embasa-se na obra psicanalítica de Sigmund Freud, em especial os textos “Psicologia de grupo e a análise do ego” ([1921] 2006c), “O mal-estar na civilização” ([1930] 2006d) entre outros. Freud ([1930] 2006d) revela que o homem é um ser essencialmente agressivo, em herança aos seus antepassados, havendo uma grande inclinação a descarregar a agressividade em direção ao outro e causar-lhe sofrimento. Em “Psicologia de grupo e a análise do ego", o mesmo autor ([1921] 2006c) mostra como os indivíduos agem em massa de maneira distinta de como agiriam se estivessem sozinhos, porque estando em grupos, as forças e impulsos inconscientes prevalecem sobre a personalidade consciente; os sujeitos perdem o senso de responsabilidade e criticidade. Para a psicanálise, um grupo surge por meio de uma relação simbólica entre seus integrantes, que tentam, de forma imaginária, tamponar a castração por meio de um modelo. Esta pesquisa leva-nos ao questionamento de como viver em sociedade relacionamentos interpessoais harmoniosos, quando isto exige de seus membros tantas renúncias pulsionais.
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