Brasil
O objetivo do presente artigo é explorar de que modo a Estética, disciplinafundada em seus devidos componentes conceituais no século XVIII por AlexanderBaumgarten, influenciou o pensamento de Immanuel Kant, conduzindo-o a produzir suaprópria perspectiva sobre a Estética. Ao definir a Estética como a ciência do belo,Baumgarten fundou o estudo da sensibilidade, faculdade a qual, na época, havia sidonegado um estudo mais sério, o das representações sensíveis. Trata-se da sensibilidadecomo fonte do sentimento da beleza, que anima o espírito ao contemplar uma obra de arte.Essa empreitada influenciou os pensadores posteriores que, diferentemente dos autoresantigos e medievais que haviam escrito já sobre esses assuntos desde um viés distinto,passaram a ver na sensibilidade e na Estética uma outra fonte, fonte única, deconhecimento. Kant foi influenciado grandemente pelos pensadores racionalistas que oantecederam. Baumgarten era um deles, já que entendia a sensibilidade como umafaculdade possível de ser fonte de conhecimento e de ser adotada para operaçõessemelhantes à da razão. Na obra kantiana há a referência explícita à faculdade dasensibilidade em duas de suas críticas: na da Razão Pura e na da Faculdade do Juízo. Emcada uma dessas obras a sensibilidade participa de um modo próprio. Se na primeira críticaoperam as intuições, às quais se vinculam os conceitos do entendimento para determinar oconhecimento, na terceira crítica a sensibilidade fornece a matéria da representaçãoexclusivamente voltada para produzir o sentimento estético. Desse modo, traça-se aqui opercurso, de modo abreviado, de uma perspectiva à outra, evidenciando as diferenças esemelhanças mais gerais entre as doutrinas dos dois autores.
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