Bruna Dayana Lemos Pinto Ramos, Adriana Pereira Ibaldo, Jorge Simões de Sá Martins
A presença feminina na Física tem sido objeto de estudo nos últimos anos, motivado pela disparidade de gênero na área. Contudo, a presença de mulheres lecionando Física em escolas de educação básica, tanto públicas quanto privadas, ainda é um tema pouco discutido. O presente trabalho visa apresentar um estudo comparativo a respeito da presença de mulheres como professoras de Física em escolas públicas e privadas, além de avaliar e quantificar a formação das mesmas. A pesquisa caracteriza-se por um levantamento descritivo de abordagem quantitativa e analisa os microdados do Censo Escolar da Educação Básica do período de 2014 a 2021, utilizando a linguagem de programação Python, a fim de observar se haveria alguma tendência de mudança neste intervalo temporal. Os dados obtidos apontam que ao longo do período não houve mudança significativa na presença feminina no papel de professora de Física, bem como foi observado que a distribuição desta presença varia entre as regiões e estados brasileiros. Também foi verificado que o quantitativo de profissionais com uma formação adequada, tanto de homens quanto de mulheres, não chega a 50% do total de professores desta disciplina, fato que já havia sido apontado em trabalhos de outros autores. Um aspecto importante que destacamos é que o percentual de mulheres professoras de Física é menor em escolas privadas do que em escolas públicas e que a carga horária das mulheres é, na média, inferior à dos homens nas duas dependências administrativas. O trabalho sugere que possa existir um viés de gênero na contratação de professoras, especialmente em escolas privadas, como se mulheres não fossem vistas como competentes para lecionar esta disciplina.
The female presence in Physics has been the object of study in recent years, motivated by the gender disparity in the area. However, the presence of women teaching physics in 9-12 schools, both public and private, is still a little discussed topic. The present work aims to present a comparative study regarding the presence of women as Physics teachers in public and private schools, in addition to evaluating and quantifying their training. It is characterized by a descriptive survey research with a quantitative approach and analyzes the data gathered by an yearly survey of elementary through high school national education system (Censo Escolar da Educação Básica) conducted by INEP, an agency of the Ministry of Education from 2014 to 2021 using Python programming language in order to observe if any trend of change could be observed over this time interval. The data obtained indicate that over the period there was no significant change in the female presence in the role of Physics teacher, as well as it was observed that the distribution of this presence varies between Brazilian regions and states. It was also verified that an adequate professional training of both men and women does not reach 50% of the total number of teachers in this discipline, a fact that had already been pointed out in works by other authors. An important aspect that we highlight is that the percentage of female Physics teachers is lower in private schools than in public schools and that the workload of women is, on average, lower than that of men in both administrative facilities. The work suggests that there may be a gender bias in the hiring of teachers, especially in private schools, as if women were not seen as competent to teach this subject.
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