Nathalia Ribeiro Travia, Maria Mirtis Caser
O presente artigo propõe uma análise do romance A Casa dos Espíritos (1982), de Isabel Allende. O objetivo é investigar sua ficção, relacionada com a história e a memória, enquanto resistência à sociedade patriarcal chilena, demonstrando-se como a obra discute aspectos representacionais e simbólicos acerca de uma cultura feminina. A princípio, avalia-se a violência construída nas concepções de gênero mimetizadas no discurso ficcional durante o período de 1904 a 1973, o que problematiza as hierarquias nas relações em diversos contextos da vida social no Chile. Em seguida, considera-se a fortuna crítica sobre a narrativa ─ com ênfase no estudo acerca do tempo e linguagem na psique feminina ─ para análise de uma escrita marcada pelo realismo maravilhoso, modo ficcional elaborado para conceber a perspectiva sócio-histórica das mulheres no texto. E para complementar a leitura, observa-se o tratamento da memória como fundamento do romance e contributo para transformações sociais.
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