Resumen de Sentimentos existenciais e ruptura psiquiátrica
- English
In this paper, I present the outline of the discussion around the concept ofexistential feelings recently developed by Matthew Ratcliffe. My main goal consists, first, in examining the concept, taking into consideration its histori-cal background and internal elements. After presenting how this affectivedimension resists the traditional body/cognition dichotomy in the classicalphilosophy of emotion, I draw attention to its inconspicuous features andstructuring function of our intentional life. If, on the one hand, these feelingscontain bodily elements that can be identified and described, on the otherhand, only the interruption of their proper functioning makes evident theirstructuring function. The unfolding of an ordinary experience, its "norma-lity", therefore, depends on a level of habituality in which these feelings arenot manifest. The cases of rupture and collapse present the elements requi-red for adequate access to this tacit dimension of our experience. By con-trasting two possible modes of access to this structural dimension, I suggestthat some psychiatric disorders present the elements of breakdown requiredfor adequate access to this affective-structural dimension. The implicationsof this notion for a phenomenologically informed psychiatry are also high-lighted.
- português
Neste trabalho, procuro apresentar as linhas gerais da discussão sobre o conceito de sentimentos existenciais recentemente desenvolvido por Matthew Ratcliffe. Meu objetivo principal consiste, primeiro, no exame do conceito, levando em consideração seus antecedentes históricos e elementos internos. Após apresentar o modo como essa dimensão afetiva resiste à tradicional dicotomia corpo/cognição na filosofia da emoção clássica, chamo a atenção para o seu traço inconspícuo e sua função estruturante de nossa vida intencional. Se, por um lado, esses sentimentos encerram elementos corporais passíveis de identificação e descrição, por outro, somente a interrupção de seu funcionamento adequado evidencia a função estruturante por eles desempenhada. O desenrolar de uma experiência comum, sua “normalidade”, portanto, depende de um nível de habitualidade no qual esses sentimentos não estão manifestos. São os casos de ruptura e colapso que apresentam os elementos requeridos para o acesso adequado a essa dimensão tácita de nossa experiência. Ao contrastar dois modos possíveis de acesso a essa dimensão estrutural, sugiro que algumas desordens psiquiátricas apresentam os elementos de interrupção e ruptura necessários para um acesso adequado a essa dimensão afetivo-estrutural. São destacadas ainda as implicações dessa noção para uma psiquiatria fenomenologicamente informada.
