Entre as intencionalidades comunicativas que presidem à escrita epistolar estão os atos de denúncia. Neste âmbito, a literatura clássica legou alguns exemplos que, sob o topos do adultério, constituem, por um lado, verdadeiras sentenças de morte, e, por outro, autênticas juras de amor e sedução. É nesta perspetiva que se impõe analisar e comentar, no presente artigo, três mensagens epistolares, duas implícitas — os “sinais ominosos” escritos numa tabuinha de aba dupla que Preto envia ao sogro Ióbates (Ilíada 6. 157-170) e a acusação deixada por Fedra ao marido, Teseu (Eurípides, Hipólito 857-887) — e uma explícita: a carta que Ovídio imaginou que Fedra escreveria ao seu amado/amante Hipólito (Heróides, 4)
Acts of denunciation are among the communication intentions that preside over epistolary writing. In this context, classical literature bequeathed some examples that, under the topic of adultery, constitute, on the one hand, true death sentences, and, on the other, authentic pledges of love and seduction. In this perspective, we propose to analyse and comment on three epistolary messages, two of them implicit — the “ominous signs” written on a double‐sided tablet that Preto sends to his father‐in‐law, King Iobates (Iliad 6.157‐17), and the accusation left behind by Phaedra to her husband Theseus (Euripides, Hippolytus 857‐887) —, the third being an explicit letter: the one that Ovid imagined Phaedra would write to her lover Hippolytus (Epistulae heroidum, 4).
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados