Existe um tipo de fotografia que é muito associado ao interior nordestino, com lugar garantido na sala do sertanejo humilde: aquela fotografia com cores fortes, pintada à mão, retratando um parente, muitas vezes um casal – pais ou avós dos donos da casa. Embora tenha sido praticado em todo o Brasil e mesmo em outros países da América Latina, o retrato pintado está muito relacionado ao imaginário do nordestino. Nossa intenção aqui é observar um encontro que acontece entre esse tipo de imagem tradicional e a fotografia contemporânea. A nosso ver, o retrato pintado articula uma série de elementos fundamentais para as práticas contemporâneas, como a apropriação, a manipulação e a recontextualização, entre outros. Atua num espaço delicado entre o documento e a ficção.
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