Roque Strieder, Andrerika Vieira Lima Silva
Nesse estudo pretendemos refletir, para entender melhor o quase apelo ao retorno das forças militares, de mando e obediência, como modelo educacional e de valorização humana. Entender como práticas de sujeição se tornam aceitáveis – estilo servidão voluntária -, reduzindo a pessoa à condição de coisa, numa trama que perpetua a violência e a crueldade, das, e nas relações ditas sociais, reforçando a profunda desigualdade econômica, social e cultural. Partimos das problemáticas: Por que boa parte da população brasileira acredita que a ordem e a disciplina militares são adequadas para crianças e jovens em idade escolar? Quais implicações decorrem da forma(ta)ção cívico militar enquanto constituinte de subjetividade? Quais alternativas esperançar? Para uma compreensão mais profunda e desveladora das contradições e das tensões presentes nessa proposição formativa – escola cívico militar - buscamos apoio em referenciais teóricos construídos por autores como Foucault, Guattari, Maturana, Varela e outros, cujas vertentes reflexivas convidam para debates e envolvimentos de diferentes dinâmicas. Ressaltamos que escolas cívico-militares, nas asas da hierarquia, da dominação, da ordem e da obediência visam muito mais um corpo capturado do que um corpo pessoa constituído nas interações das experiências do viver. Lógicas formativas que aderem ao mando e à obediência exigem rendição a verdades incontestes que, de forma instrumental, enquadram e condicionam. Acreditamos que a experiência do pensar em e como subjetividade, a partir da profanação de dispositivos, da autopoiese como viver educativo e da produção de descontinuidades por parte de educadores, pode contribuir para a superação da lógica do mando e da obediência.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados