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Resumen de Sobre quem somos e sobre o que dizem que somos: o que revelam os rituais das Comissões de Heteroidentificação?

Andréa Lopes da Costa Vieira, Ludmila Maria Moreira Lima, Luma Done Miranda

  • español

    Una de las prácticas recientes relacionadas con la implementación de políticas de acción afirmativa dirigidas a promover la equidad racial es el establecimiento de Comisiones de Heteroidentificación Racial. Dichas comisiones fueron incorporadas como un paso regular necesario en diferentes procesos de acceso a las instituciones públicas, y cumplen el rol de validar la pertenencia étnico-racial de un candidato y, en consecuencia, de verificar la legitimidad para la ocupación de una plaza destinada a grupos negros, quilombolas o pueblos indígenas.  Este trabajo trató de responder a la siguiente pregunta: ¿qué interferencias se presentan al momento de la apreciación de la pertenencia racial, promovida por las comisiones de verificación? Para ello, se utilizó un enfoque metodológico multidimensional: en un primer nivel, con análisis de documentos, observación de los procedimientos de las comisiones y observaciones producidas a partir de la participación en un curso de preparación para miembros de comisiones; y en un segundo nivel, con entrevistas semiestructuradas dirigidas a los agentes institucionales involucrados en el proceso de apreciación. A partir de la observación del modelo implementado em el grado de la Universidad Federal del Estado de Río de Janeiro, argumentamos que la elaboración de la alteridad desencadenada durante las entrevistas reproduce de  manera ritual dinámicas de poder y conflicto que i) revelan la existencia de tensión entre la objetividad de los procedimientos y la subjetividad de la apreciación y 2ii) actualizar la discusión sobre el sistema de clasificación racial, hasta entonces considerado obsoleto para el debate sobre las relaciones raciales en Brasil.

  • português

    Uma das recentes práticas relacionadas à implementação de políticas de ação afirmativa direcionadas à promoção de equidade racial é a instauração das Comissões de Heteroidentificação Racial. Tais comissões foram incorporadas como etapa regular necessária em diferentes processos de acesso a instituições públicas, desempenhando o papel de validação do pertencimento étnico‑racial de um candidato e, consequentemente, de verificação de legitimidade para a ocupação de vaga destinada a grupos étnico‑raciais. Este trabalho tentou responder à seguinte pergunta: quais interferências se apresentam no momento da aferição do pertencimento racial promovida pelas comissões de verificação? Para tanto, foi utilizada abordagem metodológica multidimensional: em um primeiro nível, com análise documental, observação dos procedimentos de operação das comissões e observações produzidas a partir da participação em curso de preparação para integrantes das comissões; e em um segundo nível, com entrevistas semiestruturadas direcionadas a agentes institucionais envolvidos com o processo de aferição. Como resultado, a partir da análise do modelo implementado para o acesso à graduação na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, argumentamos que a elaboração da alteridade desencadeada durante as entrevistas reproduz, ritualisticamente, dinâmicas de poder e conflito que i) revelam a existência de tensão entre a objetividade dos procedimentos e a subjetividade da avaliação e ii) propiciam a atualização da discussão sobre o sistema de classificação racial, até então considerado superado para o debate sobre as relações raciais no Brasil.

  • English

    Among recent practices related to the implementation of affirmative action policies aimed at promoting racial equity is the establishment of Racial Heteroidentification Commissions. Such commissions were incorporated as a necessary regular step in different processes for access to public institutions and they play the role of validating the ethnic-racial belonging of a candidate and, consequently, his/her legitimacy for occupying a place destined for black groups, quilombolas or indigenous people. This work tried to answer the following question: what interferences are presented on the moment of the appraisal of racial belonging, promoted by the relevant commissions? To this end, a multidimensional methodological approach was used: at a first level, through document analysis, observation of the commissions’ procedures and observations produced from the participation in a preparatory course for commission members; and on a second level, with semi-structured interviews aimed at institutional agents involved in the appraisal process. From the observation of the model implemented at the graduate level at the Federal University of the State of Rio de Janeiro, we argue that the development of alterity triggered during the interviews ritualistically reproduces dynamics of power and conflict that i) reveal the existence of tension between the objectivity of procedures and the subjectivity of judgment; ii) bring up to date the discussion on the racial classification system, until then considered outdated for the debate on racial relations in Brazil.


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