Júlio César de Almeida Pacheco, Luiz Paulo Ribeiro, Emmanuel Duarte
La construcción del campo agrario brasileño estuvo atravesada por tensiones que repercutieron la organización social del país en su totalidad. El mismo, se estructuró en un contexto colonial en el cual se configuró el lugar social en el que se posicionaron los territorios y pueblos campesinos. El objetivo de este ensayo es, por lo tanto, discutir la relación entre la Educación Rural y la colonialidad. Las luchas por la educación propiciaron la consolidación del campo agrario como territorio de sujetos de derechos, en oposición a la colonialidad que desde su racionalidad moderna, marginaba a los grupos humanos no blancos y territorios rurales. Durante el siglo XX se produce el proceso de inserción de los países latinoamericanos en los nuevos arreglos capitalistas. En este contexto los territorios rurales y sus poblaciones quedaron asociados al atraso e ignorancia, ya que el desarrollo y la modernización pretendidos se concentraron en la industrialización urbana a través de intereses dependientes y subordinados de los países centrales, constituyendo éste, el punto central de las disputas que asume la Educación Rural. La misma se define a través de la lucha por el derecho a la educación, pero asociado asimismo con un conjunto de otros derechos que demandan un nuevo lugar social, político, cultural y económico a los sujetos y territorios campesinos. Así, la Educación Rural reposiciona el proyecto de país y sociedad brasileña considerando la relevancia campesina en su constitución y realizando de esta manera, la resistencia a la colonialidad históricamente estructurante de las sociedades latinoamericanas.
The Brazilian rural landscape has been constituted through historical tensioning repercussing in the country’s whole societal organization. This landscape was structured in the coloniality which set the social place where camponeses’ peoples and territories were positioned. The objective of this essay is, thus, to discuss the relationship between Rural Educacion and the confrontation of coloniality. The fights for the right to education brought the affirmation of rural landscapes as the territory of people’s rights, opposing the coloniality that marginalized, through its modern rationality, the non-white peoples and the rural territories. Starting in the XX century Latin American countries were inserted into the new capitalist arrangements and rural landscapes and its peoples were kept associated with the past and ignorance once development and modernization were associated with urban industrialization through a path of dependency and subordination to the interests of the Global North. This is the main aspect of disputes brought by the Rural Educacion. It fights for access to education, however associated with other citizen rights that demand a new social, political, cultural, and economic placement of rural peoples and their territories. The Rural Educacion reshapes the Brazilian project of a country and society taking into account the relevance of rural peoples in its constitution and, therefore, becomes the resistance to coloniality that has historically structured Latin American societies.
O campo brasileiro se constituiu por meio de tensionamentos históricos que repercutiram em toda nossa organização social como país. Ele foi estruturado na colonialidade que configurou o lugar social em que os territórios e povos camponeses foram posicionados. O objetivo desse ensaio é, portanto, de discutir a relação da Educação do Campo com o enfrentamento da colonialidade. As lutas pelo direito à educação trouxeram a afirmação do campo como território de sujeitos de direito, ao contrário da colonialidade que marginalizou em sua racionalidade moderna os grupos humanos não-brancos e os territórios rurais. Quando já no século XX também os países latinos americanos fizeram sua inserção nos novos arranjos capitalistas, os territórios rurais e suas populações permaneceram associados ao atraso e à ignorância já que o pretendido desenvolvimento e modernização estiveram concentrados na industrialização urbana pela via dependente e subordinada aos interesses dos países centrais. E é aqui o ponto central de disputas assumidos pela Educação do Campo. Ela luta pelo direito à educação, mas associada ao conjunto dos demais direitos que exigem um novo lugar social, político, cultural e econômico dos sujeitos e territórios camponeses. Assim, ela reposiciona o projeto de país e de sociedade brasileira considerando a relevância camponesa em sua constituição e, dessa forma, se faz resistência à colonialidade historicamente estruturante das sociedades latino americanas.
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