Brasil
Este estudo analisa, no quadro teórico-metodológico da semiótica discursiva francesa, os contornos de uma retórica conservadora e intolerante que esconde, por trás de sua configuração, violação de Direitos Humanos de crianças e de adolescentes em situação de rua em Capitães da Areia (1937), livro de Jorge Amado. Nesse sentido, mostra-se que, do ponto de vista da organização narrativa, a exclusão como sanção pragmática está assentada na lógica de dupla estigmatização social dos sujeitos marginalizados: a invisibilidade e a (ultra)visibilidade. Para além disso, o romance esboça a atuação do Estado Penal e a sua metodologia de punição e exclusão dos mais pobres. Em síntese, evidencia-se uma descontinuidade com o projeto de identidade nacional fundamentado na eufórica celebração da mistura e na noção de democracia racial e cordial.
This study analyzes, in the theoretical and methodological framework of French discourse semiotics, the contours of a conservative and intolerant rhetoric that hides, behind its configuration, the violation of human rights of children and teenagers in street situation in the novel Capitães da Areia (1937), by Jorge Amado. In this sense, it is shown that, from the point of view of narrative organization, exclusion as a pragmatic sanction is based on the logic of double social stigmatization of marginalized subjects: invisibility and ultravisibility. Furthermore, the novel outlines the actions of the Penal State and its methodology of punishment and exclusion of the poorest. In summary, a discontinuity with the project of national identity based on the euphoric celebration of the mixture and the notion of racial and cordial democracy is evidenced.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados