Brasil
Práticas de auditoria e valores como transparência e accountability tornam-se cada vez mais centrais nos processos de governança. Alguns teóricos das ciências sociais atribuem isto à chamada governamentalidade neoliberal, em que uma “cultura de auditoria” passa a gerenciar não somente as formas de governo como também a conduta humana. Nosso objetivo é propor um diálogo crítico entre essa perspectiva e a concepção bourdieusiana de campos de poder, com o objetivo de compreender os valores da auditoria a partir do cotidiano dos atores envolvidos. Neste artigo, analisamos um caso empírico de experiência local de auditoria, em uma Controladoria Geral do Estado. Defendemos que é necessário analisar as formas de tecnologias de governo a partir do cotidiano das burocracias e das disputas entre os diversos campos de poder, tensionando os ideais técnicos e os valores morais e políticos.
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