A contemporânea crítica pós-colonial converge com o atual “giro decolonial” latino-americano na revisão da narrativa da modernidade monolítica (eurocêntrica) de maneira a se propor o remapeamento dos “loci” de produção acadêmica no mundo. Busco demonstrar que a inspiração de um e outro movimento pode ser localizada numa excepcional rede intelectual que se potencializou com o exílio de estudiosos, professores e pesquisadores críticos que, nos anos 1960-70, foram expulsos de seus países com a instalação das ditaduras militares. Elejo Paulo Freire em suas reflexões sobre educação e descolonização para visibilizar sua interlocução com o pensamento do “pedagogo revolucionário” Amílcar Cabral. Examino os aprendizados de Paulo Freire em Guiné-Bissau no empenho de colaborar na fundação de uma nova nação mediante a educação de um povo. A experiência revelaria ao educador brasileiro as contradições do colonialismo e a árdua tarefa de se “expurgar” do colonizado a sombra do colonizador.
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