Glória Diógenes, Paulo Henrique Martins
O artigo tem como objetivo identificar signos da transgressão do imaginário político brasileiro em suas conexões com a dimensão da festa. O texto tem por base o desfile da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, do Rio de Janeiro, no carnaval de 2018. Consi- deramos que o desfile da Tuiuti produziu o que pode ser denominado de um “teatro do patético”, coreografando, no espaço da Sapucaí, imagens — que muitas vezes não são nítidas — da situação política do país. Parte-se do pressuposto de que a formação de esferas públicas participativas no Brasil nem sempre estiveram ligadas ao mundo do trabalho, às mobilizações sindicais e aos partidos supostamente comprometidos com práticas democráticas. A festa produz, no plano das ações instituintes, disposi- tivos que parecem colidir com a ordem social, traduzindo outros signos de produção de uma cultura política contestatória.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados