Este artigo apresenta uma leitura da encíclica Laudato Sí (LS 2015) sobre o cuidado de nossa casa comum (a Terra), em duas chaves de análise: elementos paradigmáticos e elementos programáticos. Com a primeira chave, se examinam as ponderações ecológicas de Papa Francisco no nível civilizacional das referências sócio-culturais: os limites da modernidade com sua racionalidade instrumental, crítica à hegemonia do paradigma tecnocrático, danos da maximização do lucro à vida social e planetária, correção do antropocentrismo desordenado e releitura da teologia da criação. Destaca-se particularmente a noção de “ecologia integral” proposta na encíclica. Com a segunda chave, se elencam as vias de solução sócio-ambiental propostas pelo Papa à economia, desenvolvimento sustentável, política, gestão e educação. Os elementos programáticos, neste caso, são situados no cenário brasileiro, apontando para uma recepção da encíclica em diálogo com as políticas públicas do Brasil. A reflexão retoma os pronunciamentos anteriores do magistério a respeito do meio-ambiente e aproxima a encíclica do pensamento ecológico complexo (cf. Morin e Pena-Vega). O escopo geral é favorecer uma recepção crítica e propositiva da encíclica em terreno latino-americano.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados