A persistência de uma pronúncia não nativa é um facto reconhecido no âmbito da investigação em aquisição / aprendizagem de língua não materna. Entre os fatores que o explicam, e independentemente dos diferentes quadros teóricos, o conhecimento linguístico prévio ocupa um lugar de destaque. Em causa estão não só os condicionamentos relacionados com as habilidades articulatórias já treinadas, mas também, e sobretudo, a capacidade de reconhecer/definir (novos) alvos com exatidão. Neste trabalho pretende contribuir-se para uma descrição da interfonologia de três grupos de aprendentes que têm como língua materna o espanhol, o italiano e o francês. Mais especificamente, em causa está uma área do sistema fonológico consonântico em que estas três línguas se distinguem entre si e se diferenciam do português: os róticos. Os dados foram recolhidos num corpus de produções orais, tendo sido analisados os níveis de convergência e de desvios. Os resultados mostram padrões diferenciados para os três grupos de informantes e comportamentos distintos também em função do contexto sintagmático em que surge a consoante.
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