Marcos Nalli, Tiaraju Dal Pozzo Pez
Fazendo o inventário dos arquivos de seu colega falecido do departamento de Filosofia de Paris 8, Kyril Ryik, Alain Brossat se deparou com um texto datilografado e mimeografado intitulado “Emergência dos equipamentos coletivos: Estado do progresso dos trabalhos”, com a menção manuscrita lacônica “Foucault, julho de 1974”. Este texto não está nos Dits et Écrits, posto que evidentemente ele jamais foi publicado. Ele não se encontra também – sob reserva de inventário exaustivo – nos arquivos Foucault depositados na BnF.
O texto datilografado se apresenta como esboço, corrigido e anotado à mão – provavelmente de uma mesma mão, mas sem certeza –, de um relatório intermediário cujo destinatário é o demandante de uma pesquisa contratada. À leitura do texto, cujas referências pitorescas não enganam por muito tempo, uma evidência se impõe: o texto é certamente de Foucault, a tal ponto que se tem a impressão momentânea de ler um resumo de passagens de Surveiller et Punir, que vem à lume sete meses mais tarde (fevereiro de 1975).
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