Resumen de Territórios rurais e gestão colect va do espaço agroflorestal: uma tipologia
M. J Canadas, António Afonso A. Novais, M.M Marqués
O agravamento do problema dos incêndios rurais em Portugal, favoreceu a aprovaçãodo enquadramento legal das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), com o objectivo deassegurar uma gestão única para uma área contínua alargada, envolvendo inúmeras pequenaspropriedades. Desde 2005, constituíram-se 161 ZIF, mas apenas metade têm um plano degestão florestal (PGF) aprovado, e são pouquíssimas as que passaram à sua implementação.Tomando o contexto local como unidade de análise, teve-se por objectivo abordar as condicionanteslocais e factores-chave da gestão em comum do espaço agro-florestal, através daelaboração de uma tipologia de ZIF/territórios. Recorrendo à análise de clusters, chegou-sea três tipos denominados de pequenas ZIF do pinhal, médias ZIF em rural mais denso e grandesZIF do montado. O grupo das pequenas ZIF do pinhal, o que apresenta a maior percentagemde área de maior susceptibilidade aos incêndios, é o que se confronta com os maiores custosde transacção iniciais associados à identificação (ausência de cadastro), comunicaçãoe mobilização dos aderentes, mais numerosos, mais envelhecidos, mais dispersos, em áreasmarcadas pelo abandono agrícola e a baixa rentabilidade da floresta. Pelo contrário, as grandesZIF do montado apresentam características que reduzem consideravelmente os custosde transacção, e maior taxa de progressão, mas não estão nem em zonas de pequena propriedadenem de grande susceptibilidade aos incêndios. Esta tipologia mostra que, com osatuais referenciais de área impostos às ZIF que reflectem o ideal técnico da gestão à escalada paisagem, os custos de transacção para a acção em comum e o potencial de comportamentosoportunísticos são mais elevados precisamente nas situações onde o diferencial debenefícios sociais pela concretização da acção colectiva poderia ser maior. Este resultadoevidência a importância da intervenção pública criteriosa na valorização de bens públicos dafloresta, tais como a redução dos riscos de incêndios.
