Este artigo trata da tendência hegemônica nos cursos de pós-graduação em áreas humanas ligadas à ação social/educativa no Brasil - na contramão da evolução mundial dos estudos ligados à relação entre educação e trabalho - a manter uma formação dominantemente marxista ortodoxa e uma orientação de caráter exegético. Dominam entre nós livros e autores que, após o boom marxista dos anos 1960/1970, praticamente desapareceram do cenário intelectual internacional. Em seu nome, qualquer conceito que não se encontre em tal literatura termina classificado como novilíngua - termo cuja origem condenava o stalinismo e que é reconvertido para denunciar aqueles que "parecem de esquerda" mas não passariam de "neoliberais". Termina-se, com isso, por restringir a liberdade de pensar, necessária à formação de verdadeiros intelectuais. Elimina-se a discussão metodológica, epistemológica, estatística e a pesquisa empírica, pelas quais as afirmações deixam de ser produto de uma atividade talmúdica e passam a apoiar-se na ida concreta ao campo.
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