This article intends to analyze how is the fight and the condemnation made by Irenaeus (130-202), bishop of Lyon, against the Gnostic Christians, in a context which the Christianity did not have a defined doctrinal organization yet. To understand this stigmatization, we use the concepts of socialrepresentation and identity as theoretical instruments, present respectively in authors like Mary Jane Spink (2004), Tomaz Tadeu da Silva (2014) and Kathryn Woodward (2014). These concepts enable us to understand how a certain group builds its identity through the disqualification of another groups, and from there it legitimizes its actions and power projects. Finally, from the comparative analysis of excerpts from Christian sources, both New Testament and apocryphal (Gospels, Acts, etc.), we can come to the conclusion that some dogmas emerge as direct reflections of these same projects.
Este trabalho tem por finalidade analisar como se processa o combate e a condenação feitos por Ireneu (130-202), bispo de Lyon, contra os cristãos gnósticos, em um contexto em que o cristianismo ainda não possuía um corpo doutrinário definido. Para compreender essa estigmatização, utilizamos como instrumental teórico os conceitos de representação social e identidade, presentes respectivamente em autores como Mary Jane Spink (2004), Tomaz Tadeu da Silva (2014) e Kathryn Woodward (2014). Estes conceitos nos capacitam a entender como um determinado grupo constrói sua identidade mediante a desqualificação de outros grupos, e a partir daí legitima suas ações e projetos de poder. Finalmente, a partir da análise comparativa de trechos de fontes cristãs, tanto neotestamentárias quanto apócrifas (Evangelhos, Atos, etc.), podemos chegar à conclusão de que alguns dogmas surgem como reflexos diretos desses mesmos projetos.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados